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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sobre Psicologia Escolar...

Esta área da Psicologia, apesar de sua enorme importância no atual contexto educacional, infelizmente ainda é bastante desconhecida. Para enterder um pouco sobre a atuação deste profissional cabe citar aqui o artigo sobre uma experiência da Psicóloga Escolar Patrícia Pereira Teixeira: PSICÓLOGO ESCOLAR – ESSE DESCONHECIDO
     A Psicologia Escolar é uma área da Psicologia que tem suscitado inúmeras reflexões acerca da identidade dos profissionais que nela atuam, sobretudo a necessidade de uma redefinição do papel do psicólogo na escola e de reestruturação da formação acadêmica (Almeida,1999; Jobim e Souza,1996).
     O surgimento da área esteve ligado à psicometria e à aplicação de testes, com o predomínio de um modelo clínico de atuação do psicólogo escolar. Nesse modelo, a causa do problema estava centrada no aluno, enquanto que fatores externos: sociais, institucionais e pedagógicos eram ignorados.
    De acordo com Jobim e Souza (1996), há a necessidade de se refletir sobre a especificidade desse profissional devido ao fato de existir uma superposição de papéis e funções dentro da escola, em que vários profissionais reivindicam o mesmo espaço. Segundo a autora, há uma miscigenaçãode papéis entre o psicólogo, o pedagogo e o psicólogo escolar (poderíamos incluir ainda o psicopedagogo), e a atuação do psicólogo deve ser realizada de maneira crítica e contextualizada.
     As escolas ainda demandam um trabalho clínico, terapêutico, individualizado, e os psicólogos sem consciência do seu papel enquanto profissionais ligados à educação, respondem a essa demanda clínica.
(...) Busca-se discutir uma proposta de intervenção baseada em uma visão preventiva, contemplando o atendimento aos alunos, pais e professores. Fundamentado basicamente em uma visão vygotskiana em relação ao ensino e a aprendizagem, pretende-se reafirmar o papel do psicólogo escolar e suas contribuições como profissional da educação.

     A atuação como Psicóloga Escolar abrange as seguintes atividades: observações dos alunos em diferentes momentos a fim de obter dados sobre o desenvolvimento de cada criança durante o bimestre; supervisões quinzenais com professores para discutir aspectos específicos de determinados alunos (comportamento e falta de limites, sobretudo); reuniões com pais (anamnese de alunos novos, reuniões convocadas pela escola ou pelos próprios pais). Tratando-se de um enfoque preventivo, os pais são chamados, com freqüência, para um retorno sobre o desenvolvimento do filho ou sempre que se notam alterações de conduta; reuniões bimestrais e reuniões com equipe (com realização de dinâmicas de grupo, trabalho com textos e explanações com caráter informativo e formativo).
     Entre as dificuldades encontradas para a inserção da psicologia escolar, ressalta-se o desconhecimento por parte dos pais e da instituição quanto ao papel efetivo deste profissional. Sabem que o papel não é clínico, mas ao mesmo tempo não vêem o psicólogo como um facilitador das relações de ensino-aprendizagem. A direção da instituição não vê o papel do psicólogo escolar na sua totalidade, o que restringe a atuação ao acompanhamento dos alunos (através de observações sistemáticas registradas em fichas individuais) e orientações a pais e professores sobre questões emocionais e de relacionamento.
      Não se realiza o atendimento clínico na escola, no entanto a visão ainda é de um clínico trabalhando dentro de uma escola. A diferença está na ausência de um enfoque curativo individualizado, mas sim preventivo.
     Um fator fundamental para a atuação institucional é o trabalho em equipe multidisciplinar, especialmente com a equipe pedagógica e direção. Sem a troca constante de idéias, saberes e informações sobre os diferentes sub-sistemas, o trabalho tende a ser menos efetivo.
     Alguns pontos podem ser considerados um avanço na conquista ou re-conquista do contexto escolar: Contrato para período integral (poucas escolas mantêm um psicólogo escolar no quadro de funcionários); Foco de atuação não é o aluno com dificuldade (enfoque preventivo). Conquistar um lugar e transformar as expectativas é um trabalho diário que envolve: a diferenciaçãoconstante dos papéis; a construção de uma parceria efetiva com direção e coordenação;demonstração de conhecimento sobre a realidade escolar; embasamento teórico. E, sobretudo, consistência na fala e nas ações e a realização de intervenções pertinentes. O psicólogo escolar deve articular teoria e prática; diagnosticar o contexto escolar e propor a execução de um plano de ação; encarar a prática como pesquisa e produção de conhecimento; buscar aprimoramento constante; saber trabalhar em equipe multidisciplinar; desenvolver atividades de transformação social; propiciar saúde mental.

Para saber mais: o artigo completo está disponível AQUI

Daniele Côrtes Carvalho - Psicóloga na cidade de São Carlos - SP
Consultora Online - dccarvalho.psi@gmail.com